Livro lançado nos EUA questiona pessoas que amam alguns animais mas comem outros

Por Lobo Pasolini   (da Redação)

Um novo livro publicado nos Estados Unidos analisa a atitude paradoxal que a maioria das pessoas tem em relação aos animais: amam alguns, mas aceitam que outros sejam torturados.

A autora Melanie Joy (foto) argumenta em Por que Nós Amamos Cães, Comemos Porcos e Vestimos Vacas (tradução livre do original Why We Love Dogs, Eat Pigs And Wear Cows) que o hábito de comer animais tem um nome e é tão ideológico quanto o vegetarianismo.

Joy chama de “carnismo” o sistema de crença que diz que é certo comer certos animais e não outros. Como a misoginia, o racismo, o preconceito por idade e o especismo, o carnismo tem causado mal há séculos.

O primeiro capítulo do livro imagina um jantar em que o anfitrião explica que a receita do prato inicial é feita com um cão golden retriever. A repulsa que isso causa é examinada em detalhe. Joy nos mostra os círculos sobrepostos de identificação, empatia e repulsa que colorem nossas relações com animais.

A editora Conari Press preparou um vídeo com essa cena imaginada pela autora. O vídeo é em inglês, mas mesmo quem não fala a língua pode ter uma ideia do conteúdo dos diálogos:

O leite de vaca é um fluido insalubre

Leite de vaca

O leite de vaca é um fluido insalubre, que contém uma gama ampla de substâncias inconvenientes. O seu consumo prolongado tem um efeito cumulativo prejudicial.
Com 59 hormonas activas, vários alérgeneos, gordura e colesterol, a maior parte produzida mostra ainda quantidades mensuráveis de herbicidas, pesticidas, dioxinas (até 2.200 vezes o nível aceitável), até 52 antibióticos poderosos, sangue, pus, fezes, bactérias e vírus. Pode conter resíduos de tudo o que a vaca come. Inclusive coisas como restos radiativos de testes nucleares.

Combustível do cancro

Das 59 hormonas do leite, uma é um poderoso auxiliar do crescimento, de seu nome IGF-1 (Insulin-like Growth Factor One – Factor de Crescimento similar à Insulina). Por uma curiosidade da natureza ele é idêntico
entre vacas e seres humanos. Segundo especialistas em medicina, é concensual que o IGF-1 é um factor-chave na aceleração do crescimento e na proliferação dos cancros da mama, da próstata e do cólon. Provavelmente actua também como catalisador no desenvolvimento de outras formas de cancro.

O IGF-1 é um constituinte de todo o leite de vaca, visto que se é desejável que o recém-nascido cresça com rapidez. Evidentemente que, se entrarmos em linha de conta que uma percentagem significativa da população (50% nos USA) se debate com problemas de obesidade, a presença de IGF-1 no leite pode já não ser vista com tão bons olhos.

Um caso flagrante sobre este assunto é o da indústria química Monsanto, fabricante de produtos como DDT, agente laranja, Roundup e outros. Esta empresa gastou cerca de meio bilião de dólares para inventar uma injeção que fizesse as vacas produzir mais leite.
Infelizmente o produto final (Posilac, rbGH, injectável) revelou cinco erros que levaram à proibição do uso de rbGH no Canadá. Ainda assim, o relatório que os descrevia (Richard, Odaglia & Deslex, 1989) foi oculto pela lei de Segredo Comercial de Clinton. Os canadenses puderam, em bom tempo, ler deste relatório o bastante para proibir o rbGH em seu país. O Posilac da Monsanto leva a um acréscimo de IGF-1 no leite até 80%.

A FDA (Food and Drugs Administration – Departamento de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos) insiste que o IGF-1 é destruído no estômago. Por outro lado, estudiosos da questão insistem que nesse caso a amamentação não faria sentido, por não ter qualquer eficácia. A afirmação da FDA é ridícula, porque é o IGF-1 que faz o bezerro crescer a uma taxa tão elevada nas primeiras semanas de vida.

Aumento do IGF-1

A fim de se entender melhor o papel deste químico, foi realizado um estudo com dois tipos de consumidores: um bebendo 360g de leite por dia, outro a porção recomendada pela USDA (recomendação nutricional diária dos Estados Unidos) de 720g (três chávenas).
Neste estudo observou-se que os participantes que consumiam 360g de leite pro dia tiveram um aumento de 10% no nível de IGF-1.

Quantidade:
Todos os lacticínios em geral, por derivarem do leite, podem ser fonte do mesmo problema. O queijo, por exemplo, contém os mesmos constituintes do leite numa proporção de 10 para um. São necessários 10 quilos de leite para fazer um quilo de queijo. E quanto à manteiga, conta com cerca de 21 vezes o que estiver contido nas moléculas de gordura da mesma quantidade de leite.

Gordura:
Muita gente suspeita que a manteiga é só gordura, mas não tem idéia de quanta gordura existe no leite e no resto dos laticínios.
Os produtos que usam derivados do leite (caseína, soro, lactose) são provavelmente uma causa importante de problemas de peso e saúde.

Leite integral: 49% das calorias vêm da gordura.
Leite meio-gordo (2%): 35% das calorias vêm da gordura.
Queijo cheddar: 74% das calorias vêm da gordura.
Manteiga: 100% das calorias vêm da gordura.

Cálcio:
Uma pergunta que deve ser feita é: onde é que as vacas arranjam cálcio para terem ossos tão grandes? A resposta é simples: sim, das plantas! E as mesmas plantas fornecem-lhes ainda uma boa quantidade de magnésio, necessário para a absorção e o uso do cálcio.

O cálcio do leite de vaca é basicamente inútil. O leite tem conteúdo insuficiente de magnésio (11% do que seria necessário para a mesma quantidade de cálcio). Igualmente, para a boa absorção de cálcio é importante a presença da vitamina D, que nós, humanos, produzimos pela simples exposição à luz solar. As nações com mais alto nível de consumo de leite e laticínios também têm o maior nível de osteoporose, como atestado por um estudo desenvolvido por 78.000 enfermeiras num período de 12 anos.

Segundo a USDA, 240g (uma xícara) de leite contém:
Cálcio (Ca) – 291,336 mg
Magnésio (Mg) – 32,794 mg

A USDA recomenda 1200 mg de cálcio por dia. As três xícaras de leite diárias recomendadas pela USDA só contêm 900mg de cálcio. Alguns argumentam que só se precisa de 1/3 do magnésio. A mãe natureza parece indicar que a proporção deveria ser 1:1. Se a proporção para a absorção adequada fosse de 1/3 de magnésio para 1 de cálcio, então apenas 300mg daqueles 900mg de cálcio seria utilizável. Se, na verdade, a proporção for de 1:1… só 98,38mg do cálcio é aproveitável.

Proteínas:
O leite pode ser considerado “carne líquida”, pelo seu alto conteúdo de proteína. Na realidade, o excesso de proteínas pode que, em conjunto com outras proteínas, pode provocar a perda de cálcio do corpo. Países que consomem dietas ricas em proteínas (carne, leite e laticínios) têm as taxas mais altas de osteoporose.

80% da proteína do leite é caseína. A caseína é um aglutinante poderoso. Um polímero usado para fazer plásticos e uma cola óptima para mobílias resistentes ou rótulos de cerveja. É usada como aglutinante em milhares de alimentos industrializados, como “caseinato de _qualquer_ coisa_”.

Bactérias:
Permite-se que haja fezes no leite de vaca. Esta é uma grande fonte de bactérias, como não poderia deixar de ser. Normalmente o leite é pasteurizado mais de uma vez antes de chegar à tua mesa – cada vez durante 15 segundos à temperatura de 72°C. Por contraposição, para esterilizar a água exige-se que ela seja fervida (100°C) por vários minutos. Por outro lado, à temperatura ambiente o número de bactérias no leite duplica a cada 20 minutos.

Pus:
Um centímetro cúbico de leite de vaca comercial pode ter até 750.000 células somáticas (mais conhecidas como pus) e 20.000 bactérias vivas, antes de ser retirado do mercado.
Isso chega a espantosos 20 milhões de bactérias bem vivinhas e a 750 milhões de células por litro.

1 chávena = 236,5882 cm3 (centímetros cúbicos) ~ 177.441.150 células de pus e 4.731.600 bactérias
A ingestão diária “recomendada” para um adulto é de três vezes esta quantidade.

A Comunidade Europeia e o Canadá só permitem 400.000.000 (quatrocentos milhões de) células de pus por litro. Em geral esses níveis são mais baixos, mas PODEM chegar a este nível e ainda assim chegar à tua mesa.

Colesterol:
O conteúdo de colesterol de três chávenas de leite é igual ao de 53 fatias de bacon. Não muito dietético, concerteza!

Vitamina D:
A vitamina D (essencial à fixação do cálcio nos ossos) é geralmente derivada de um animal. A reação à luz do sol que converte 7-dehidroicolesterol em vitamina D-3 é uma reação química “pura” que acontece em determinadas células da pele. (Daqui a importância acrescida para os veganos da exposição ao sol).
A vitamina D-3 vem, tipicamente, de quatro fontes diferentes: pele de porco, pele de ovelha, fígado de peixe cru e cérebro de porcos. Na maior parte dos casos a vitamina D-3 é extraída da pele de porcos e vendida a fábricas de laticínios.
Existe também vitamina D-2, produzida em laboratório, que pode ser ou não de origem animal.

Constituição do leite:
água: 87%
gordura: 3,25% (se for leite completo, ou gordo)
caseína: 4%
outras proteínas: 1%
outras substâncias: 4,75%

Referências:
http://www.notmilk.com/deb/030799.html (Artigo sobre o estudo das 78,000 enfermeiras)
http://www.notmilk.com/deb/092098.html (Sobre cálcio e doenças dos ossos)
http://www.notmilk.com/badbones.html (Sobre doenças dos ossos)
http://www.notmilk.com/bonehead.txt (Sobre doenças dos ossos)
http://www.notmilk.com/calcium/index.html

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Espirulina – O alimento mágico da Natureza

Há 3,6 biliões de anos que existe no nosso planeta uma alga, de cor azul-esverdeada, cujo nome, espirulina, advém do formato em espiral ao ser observada ao microscópio. A sua composição contém todos os aminoácidos essenciais, sendo rica em clorofila, beta-caroteno, e em GLA (ácidos gordos essenciais), os quais estimulam o crescimento dos seres vivos, mantendo a pele e o cabelo em óptimas condições.
Mas o seu interesse provém, essencialmente, da sua actuação como anti-inflamatório!

Aturados estudos foram efectuados sobre a espirulina, revelando algo surpreendente: o consumo desta pequena alga desenvolvia uma actividade anti-viral no organismo, humano e animal.
Como? Ao atacar uma célula, o vírus dirige-se primeiro à membrana; com a aplicação desta, o vírus não consegue penetrar a membrana para infectar a célula, sendo impossível a sua reprodução, desaparecendo mediante a actuação das defesas naturais do organismo.
Tal efeito está a levar laboratórios a empregar a espirulina nos tratamentos de SIDA e cancro, acelerando a produção de anti-corpos no organismo e funcionando como um alimento extremamente rico em Lactobaccillus e bifidus.
Os sintomas provenientes da anemia, envenenamentos e imunodeficiencias podem ser aliviados, reduzindo ou prevenindo o aparecimento de cancros e doenças virais.
Aliás, em 1993, um relatório comprovou os efeitos benéficos desta alga na redução daqueles causados pela radioactividade no tratamento do cancro.
Pessoas com algum tipo de deficiência, como os acima citados, na faixa etária dos 50 anos, ou grávidas, beneficiarão muito se consumirem diariamente espirulina.
Devido aos seus fitonutrientes, actua como anti-envelhecimento, ajudando a equilibrar a dieta e fortalecendo as nossas defesas, reduzindo o processo de envelhecimento, a nível das células. Nas mulheres grávidas é extremamente necessário um suplemento de cálcio, e outros minerais e vitaminas, devido ao desvio destes para o bebé que está a gerar.

A espirulina é 58 vezes mais rica em ferro que o espinafre e 28 vezes mais rica que o fígado, contendo 8 aminoácidos essenciais, 10 não-essenciais e vitamina B1, B2, B3, B6, B12 e ácido fólico.
Nos animais, estudos comprovaram a sua eficácia no tratamento da infertilidade, mesmo em espécimes considerados difíceis.

Adquirir este produto, actualmente, é fácil, pois quase todas as ervanárias já o têm à venda, em forma de comprimidos, com valores que oscilam entre os 2.000 e os 4.000. Também começam a aparecer nas lojas de animais, produtos com espirulina, para peixes, mamíferos e aves.

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