Ainda em período de prendas e reflexões trago para aqui um livro que não li, a não ser o excerto que, já não sei por que forma me chegou em PowerPoint, o qual na altura me impressionou e que guardei sem na altura saber sequer o nome do autor. Mais tarde pesquisei na Net e julgo ter encontrado a referência do livro, o qual ainda não adquiri por mero esquecimento.
Educação ou armadilha pedagógica
Manuel Cidalino Cruz Madaleno – Papiro Editora
2006, 110 pp
Já houve uma altura em que enviei o Powerpoint por mail para algumas pessoas, mas depois ele permaneceu esquecido, guardado algures na memória do meu computador, pelo que instintivamente por economia me escuso a conservar na minha. No entanto hoje, assim que li esta notícia no Público, lembrei-me imediatamente de o colocar aqui.
Julgo que a educação continua e deve continuar no próximo ano a ser um tema quente porque a luta pela preservação da escola pública não pode nem deve esmorecer, antes pelo contrário; existem nela alguns factores que tornam a questão do ensino uma questão central para quem como nós deseja ajudar a entreabrir portas por onde a revolução há-de passar: os sindicatos dos professores conseguiram unir-se numa frente única – a plataforma sindical dos professores (esta já não se pode cingir a uma mera função corporativista, visto que se comprometeu a defender a escola pública, luta muito mais abrangente que deverá envolver os pais e os cidadãos em geral); a plataforma sindical já não age apenas de acordo com os interesses dos professores sindicalizados ou dos partidos que estão por detrás dos sindicatos, os quais já deram provas de conter a luta em vez de a usar como motor de arranque; a plataforma tem sido impelida a endurecer a luta pelos milhares de manifestantes com que se comprometeu; se essa unidade sindical foi possível (entre a FENPROF e a FNE) também poderá a exemplo ser possível entre as duas grandes centrais sindicais; estas têm a faca e o queijo na mão para poderem mobilizar os trabalhadores impelindo-os a defender os direitos do trabalho afrontados pelo código laboral e a unirem a sua luta à luta dos professores, pois é preciso não esquecer que os ataques e os objectivos são semelhantes e que a escola pública atinge todos os trabalhadores com filhos na escola pública.
Recomendo a leitura do texto, que é apenas um excerto, e a sua divulgação para que os cidadãos tomem verdadeira consciência do que está em causa quando se fala em defender a escola pública portuguesa. Por mim tenciono adquirir o livro e lê-lo na íntegra.
Calculo que não vão gostar do que lerem tanto como eu não gostei.
Aproveito para desejar que 2009 nos traga a todos renovadas energias para vencer o Capitalismo, verdadeiro obstáculo civilizacional.
In O Libertário