Bush, Cheney e Rumsfeld poderão ser julgados


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A “Justiça depois de Bush” não é um slogan dos manifestantes que estão frente à Casa Branca protestando contra guerras, desde o Vietname ao Iraque. Uma ilustração que mostra o Presidente dos EUA, o seu vice-presidente e o seu antigo secretário da Defesa atrás das grades não é um cartaz levantado por manifestantes anti-Bush numa qualquer marcha à porta das Nações Unidas em Nova Iorque.

O título e a ilustração era a capa da revista norte-americana “Harper’s” de Dezembro. Um editorial a dizer que Obama devia considerar sugestões de grupos como a Human Rights Watch para nomear um painel independente que investigasse violações “vergonhosas” da lei internacional pela Administração Bush foi publicado não no “Le Monde Diplomatique”, mas sim no “New York Times”.

O nível de protestos e de sugestões de que George W. Bush, Dick Cheney ou Donald Rumsfeld sejam julgados não tem precedentes, concordam três peritos em Direito dos EUA ouvidos pelo PÚBLICO.

“Em cada guerra, há pessoas que acham que não devíamos ter entrado nela e que o Presidente é culpado de crimes de guerra”, diz a directora do “think-tank” National Institute of Military Justice, Michelle Lindo McCluer, numa entrevista telefónica. “Mas de facto ter uma comissão bipartidária a considerar que se foi longe de mais [nas técnicas de interrogatório agressivas, como o ‘waterboarding’ ou simulação de afogamento], isso sim, é muito invulgar”, diz.

“Há sempre escândalos em guerras. No Vietname, de certeza, fomos a países que não tínhamos autorização para ir, coisas deste género acontecem”, continua McCluer. “Mas desta vez a questão não é igual, e o nível de indignação que causou é muito diferente, tanto dentro como fora dos Estados Unidos”.

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