Maçonaria Grão-mestre do GOL suspende adversário que derrotou nas últimas eleições


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Grão-mestre do GOL suspende adversário que derrotou nas últimas eleições
O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) suspendeu o adversário que derrotou nas eleições para líder daquela que é a maior obediência maçónica portuguesa, de acordo com documentos a que a Lusa teve acesso

Num decreto assinado por António Reis e pelo secretário-geral do GOL é decidido suspender Felipe Frade, o adversário derrotado nas eleições de 6 de Junho do ano passado e que garantiram ao grão-mestre a reeleição para um segundo mandato de três anos.

O motivo alegado por António Reis para suspender por um mês o candidato derrotado e outros dois maçons é terem alegadamente publicado na Internet um conjunto de documentos que «revelam a identidade profana [civil]» de «um conjunto de irmãos».

A suspensão tem o prazo de um mês, que finda no próximo dia 8, mas alguns elementos do GOL contactados pela Agência Lusa admitem que possa culminar na expulsão decretada pelo Grande Tribunal Maçónico, órgão que julga as infracções às regras do GOL.

Nesse caso, dizem ser quase inevitável uma cisão no interior do GOL, com a saída dos membros que vêm criticando Reis para formarem uma nova obediência.

Contactado pela Agência Lusa, o grão-mestre escusou prestar declarações, afirmando: «Está fora de questão falar sobre assuntos internos do GOL».

Felipe Frade, também contactado pela Lusa, confirmou apenas a suspensão, sem adiantar mais qualquer informação.

Os três maçons suspensos são acusados, no decreto assinado por António Reis, de «agirem consciente e deliberadamente com o propósito de denegrir a imagem e atingirem a honra e consideração do Sapientíssimo Grão-Mestre e dos membros do Conselho da Ordem».

Esta decisão do grão-mestre surge na sequência de um clima de conflito latente entre os seus apoiantes (a maioria) e os adversários, reunidos em torno da candidatura derrotada de Filipe Frade.

Estas divergências surgem depois de uma série de episódios ilustradores de algum mal-estar entre maçons do GOL, onde se inclui uma queixa apresentada no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, em 13 de Novembro passado, contra o grão-mestre e os dois elementos que se lhe seguem na hierarquia da estrutura maçónica, António Justino Ribeiro e Fernando Manuel Lima Fernandes, e “desconhecidos”.

Acusações de burla qualificada, falsificação por funcionário, abuso de poder, gestão danosa e abuso de confiança são usadas contra António Reis e os outros dois dirigentes do GOL, facto que levou o próprio grão-mestre a emitir um comunicado a 20 de Novembro dirigido a todos os seus «irmãos» maçons.

Nesse texto, António Reis diz que os nomes dos queixosos que surgem na participação são os de Vasco Lourenço e Jorge Sá, mas assegura que a sua identidade foi falsificada e que os próprios negam a autoria das queixas, como o fez Vasco Lourenço quando contactado na altura pela Lusa.

O grão-mestre apresentou um requerimento em tribunal «desmentindo a prática de tal acto e participando contra incertos por usurpação de identidade», ainda de acordo com o mesmo comunicado.

Os recursos à Justiça ocorreram depois de serem conhecidas divergências internas sobre a criação de uma fundação para gerir o património do GOL.

A contestação à criação da Fundação Grande Oriente Lusitano é sustentada por um grupo minoritário de opositores que questiona a razão da criação da instituição que vai receber, de forma irrevogável, o património das três instituições para-maçónicas do GOL, que integra mais de uma vintena de edifícios localizados em Lisboa e nas mais importantes cidades portuguesas.

Lusa / SOL

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