Mário Soares elogia “coragem invulgar” da ministra da Educação


O ex-Presidente da República Mário Soares elogiou hoje a “coragem invulgar” da ministra da Educação, considerando que a determinada altura dos protestos contra o sistema de avaliação dos professores houve “um esticar de corda” por parte dos sindicatos.
“Acho que a ministra, que tem sido muito criticada, é uma pessoa que tem uma orientação e tem um sentido de responsabilidade e até uma coragem que é invulgar. E eu aprecio as pessoas de coragem”, afirmou Mário Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento, à saída da cerimónia de entrega do Prémio Direitos Humanos.

  • Está provado…A revolução Cubana teve o CHE, nós temos, pelo menos, um CHECHE!
  • Polémica dos deputados é «fait-divers» para «vender jornais»

O ex-Presidente da República Mário Soares classificou hoje como um «fait-divers» a polémica com as faltas dos deputados, mas reconheceu que é «grave» se os parlamentares faltarem sistematicamente.
Mário Soares defendeu ainda a necessidade de fazer «trabalho pedagógico» no sentido de dar a perceber aos portugueses a importância que tem a Assembleia da República em democracia.
  • Deveria dar-se a perceber era a muitos deputados, a importância que tem a Assembleia da República em democracia.

Avaliar professores é fácil?


Não! A avaliação de professores não é uma tarefa simples. Que o digam os supervisores que, durante décadas, promoveram a formação inicial e permanente dos nossos docentes. Para avaliar professores requerem-se características pessoais e profissionais especiais, para além de uma formação especializada e de centenas de horas de treino, dedicadas à observação de classes e ao registo e interpretação dos incidentes críticos aí prognosticados.

Cuidado com as ratoeiras! Quem foi preparado para avaliar alunos não está, apenas pelo exercício dessa função, automaticamente preparado para avaliar os seus colegas…

A avaliação de professores é uma tarefa complexa. Desde logo, requer um perfil específico do avaliador. Ou seja, nem todos os professores reúnem as condições para avaliarem. O avaliador terá que ser uma pessoa com conhecimentos especializados, com enorme sensibilidade, com capacidade analítica e de comunicação empática, com experiência de ensino e elevada responsabilidade social. Terá que ser um profissional que sabe prestar atenção, sabe escutar, sabe clarificar, sabe encorajar e ajudar a encontrar soluções, sabe dar opiniões, e que sabe ainda negociar, orientar, estabelecer critérios e assumir todo o risco das consequências da sua acção.
É necessário que domine com rigor as técnicas de registo e de observação de aulas, conheça as metodologias de treino de competências, os procedimentos de planeamento curricular, e as estratégias de promoção da reflexão crítica sobre o trabalho efectuado.

Escolher um avaliador obriga a uma selecção aturada, fundamentada, baseada em critérios de indiscutível mérito e, depois, a uma demorada formação específica e especializada. Para que uma avaliação tenha consequências, o avaliado não pode ter quaisquer dúvidas sobre o mérito do avaliador.

Avaliar é uma tarefa periscópica. O avaliador é chamado a pronunciar-se sobre inúmeros domínios sobre os quais se reflecte o pluridimensional acto de ensinar. Quando avalia, olha o professor sobre variadíssimos ângulos e prismas: aprecia o professor enquanto pessoa, como membro de uma comunidade profissional, como técnico qualificado na arte de ensinar e como especialista das matérias que ensina.

Por outras palavras o avaliador avalia o professor em vertentes tão diferenciadas quanto o são o seu ser, o seu saber e o seu saber fazer. Logo, o avaliador tem que estar atento a um grande número de variáveis que intervêm na função docente: variáveis de produto, de processo, de presságio, de carácter pessoal e profissional…

O avaliador recolhe elementos que permitam avaliar, e depois classificar, o professor enquanto tenta responder às seguintes questões: Onde ensina? O que é que ele ensina? Como é que ensina? O que aprendem os seus alunos? Como se auto avalia? Que capacidade tem para reformular a sua actuação? Com que profundidade domina as matérias que pretende ensinar?

O avaliador não trabalha com o professor apenas na sala de aula. Ele tem que apreender o modo como o professor se envolve com os seus alunos numa situação de classe, mas também como este se implica junto da comunidade escolar e na sociedade que envolve a escola. Porque trabalha com ele como profissional, mas também enquanto pessoa.

Formar um avaliador leva tempo, elevadas doses de paciência, muito treino e conhecimento especializado. A escolha de um avaliador não pode ser casual e, sobretudo, não pode depender de critérios político administrativos.

Porquê? Porque o avaliador tem que saber verificar não só o que os professores fazem, mas também como o fazem e, simultaneamente, garantir a melhoria da qualidade da sua intervenção na sala de aula, bem como a qualidade do produto, isto é, da aprendizagem dos alunos.

Por isso mesmo a avaliação de um professor não pode ser uma actividade episódica, pontual e descontinuada. A avaliação de um professor requer uma actividade continuada, porque importam mais as actividades de reformulação que venham a ser consideradas do que o simples diagnóstico da sua actual situação. A avaliação de um professor é então uma actividade projectada no futuro.

Avaliar um professor é, pois, dizíamos, uma tarefa muito, mesmo muito complexa. Simples, muito simples mesmo, é avaliar um ministro que pensa ser possível reduzir a avaliação dum professor a uma mera empreitada administrativa, compilada em duas páginas de panegíricos ou de recriminações.

João Ruivo
ruivo@rvj.pt

In Ensino Magazine

O Engenheiro Areias

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O Verdadeiro Menino Guerreiro

Assim se descobre a fibra de um governante, a sua coragem, o seu poder de choque. Com uma maioria absoluta José Sócrates não precisa de comprar a paz com os professores.

Antes de mais, a sempre criteriosa escolha de palavras do senhor engenheiro que, tal como os seus satélites de ocasião, se expressa sempre nos termos que conhece mais de perto e que acredita serem os dos outros.

Os professores não precisam de ser comprados, precisam sim de ser respeitados. Não percebendo isso, José Sócrates não percebe nada, desde a base. Eu teria vergonha em ser comprado por alguém, mas muito em especial pelo Governo do senhor doutor engenheiro José Sócrates.  Ou melhor, até talvez perceba, embora certamente o espante, que muito poucos professores aceitam ser avaliados, desde que não seja por grelha ou fax. E que compras de avaliações, as há e houve, de variados preços, mas não é isso que queremos.

Queremos sim uma avaliação justa em que todos possam ter a classificação que merecem e não o que uma curva de interesses orçamentais dita, para existir folga para cobrir a incompetências ou desonestidades do sistema bancário privado, do BCP ao BPP, passando pelo BPN, todos eles retiros maravilhosos para boa parte da nata (banha?) política que nos governou nestes últimos 20-25 anos. Já sei, o aval do Estado não sai directamente do Orçamento, só se for preciso, mas todos sabemos o que significa isto e não é o que o senhor primeiro afirmou – um tiro certeiro para debelar a crise

Para além disso José Sócrates equipara uma possível paz social com os professores à comprada pelo seu antigo líder António Guterres, com a eliminação dos exames do 8º ano de escolaridade (?!), assim demonstrando toda a sua incapacidade radical para compreender que o que está em jogo é muito diferente. Para além de demonstrar como terá exercido o seu cargo no período guterrista, cheio de reservas mentais quanto ao que se passava na governação de então, José Sócrates tenta fazer equivaler o que não tem equivalência, porque a situação vivida então com os exames não teve – nem de perto, nem de longe – a gravidade do conflito actual.

Por fim, e talvez um dos erros estratégicos mais graves e que tem nublado a sua já escassa capacidade de percepção destas matérias, José Sócrates parece achar que concentrando as críticas em Mário Nogueira, referindo-se-lhe de forma irónica e fazendo com que na comunicação social a imagem do dito sindicalista seja sistematicamente atacada, consegue alguns resultados na desmobilização dos professores.

O que José Sócrates não compreende é que os docentes estão insatisfeitos e irritados de uma forma profunda, sendo meramente instrumental quem está à frente das negociações ou da Plataforma,desde que faça o seu papel. É Mário Nogueira? Poderia ser a Madre Teresa de Calcutá que para 80% dos docentes tanto faria. A sério. E é isso que algum PS enredado em fantasmas não compreende, evocando traumas passados e acenando como o «poder na rua» e um «clima de PREC».

A raiva incontida na generalidade dos docentes torna irrelevante quem está a representá-los, desde que os represente bem. A raiva incontida dos docentes dirige-se contra políticas erradas e os pequenos protagonistas que as desenvolvem, a quem não reconhecemos o mérito ou a competência para nos darem lições de ética profissional ou moral política, muito menos em matérias de avaliação.

E talvez seja aí que esteja a razão da evidente animosidade que José Sócrates dirige aos professores. Ele sabe o que nós sabemos. Ele sabe o que nós pensamos. Ele sabe como o encaramos. E não nos perdoa isso. E este braço de ferro – tal como com Maria de Lurdes Rodrigues – já ultrapassou a dimensão política há muito.

Trata-se, neste momento, de um mero desforço pessoal, usando para isso o aparato do Estado. José Sócrates gosta de banqueiros, de empresários, do homo tecnologicus, mas arrepanha-se-lhe tudo se lhe falarem de um professor, daqueles normais, pessoa com qualificação superior que dedicou a sua vida profissional a transmitir conhecimentos aos mais jovens, de formas mais ou menos convencionais, que tem brio no seu trabalho, que quer que os seus alunos se esforcem, que gosta de ver esse trabalho retribuído com os resultados desses mesmos alunos,  mas sem truques estatísticos, que não recebe trabalhos por fax tecnológico em papel timbrado. Um modelo de professor que parecerá anacrónico. Detestável mesmo. Que urge extinguir. Castigar. eliminar. Trocando-o por um mero generalista, com formação bolonhesa, proletarizado, sem autonomia crítica. Dependente dos mails da DGRHE para saber que fazer. Cordato. Manso. Temeroso. Orgulhoso do seu 6º Armani, para usar os termos de um comentador aqui do Umbigo. Incapaz de ver para além das aparências.

Esse é professor ideal para qualquer regime que queira impor-se sem resistências, usando para isso o sistema de ensino.

José Sócrates não precisa de comprar a paz social, escorado na sua maioria absoluta de deputados cordatos, não da Nação, mas do Partido, à boa e velha moda estalinista. José Sócrates apenas precisa de comprar a paz com os banqueiros. A bem do futuro profissional de alguns dos seus ministros e de uma campanha eleitoral desafogada.

E tenta que os outros confundam isso com coragem, quando apenas se limita a ser forte com os fracos e fraco com os fortes.

O resto é aquilo que tecnicamente se designa, em Sociologia Avançada, por treta.

In A Educação do meu Umbigo

Mário Nogueira: “O primeiro-ministro está sempre em desacordo”


O primeiro-ministro diz que está disponível para tudo, mas está sempre em desacordo. Concordo com ele em que a Educação não é um exclusivo do Governo e dos sindicatos, é de toda a comunidade educativa. É um problema de toda a sociedade e do país”, disse à Lusa o dirigente sindical.

Mário Nogueira comentava assim as declarações de José Sócrates, que quarta-feira, numa reunião com o Grupo Parlamentar do PS, disse que a Educação não é apenas um problema dos professores ou das escolas é uma matéria dos portugueses.

“Naturalmente, a política de educação tem de contar com os professores mas a educação é uma matéria de todos os portugueses”, sublinhou o primeiro-ministro.

José Sócrates invocou neste contexto “o princípio democrático de que todos estão em condições para se pronunciar sobre política de educação” – e não apenas os sindicatos.

“Estou disponível para discutir tudo mas não podemos estar sempre de acordo. É a vida”, declarou Sócrates, citado por um deputado socialista.

Em declarações hoje à Lusa, Mário Nogueira considerou que este Governo, assente na sua maioria absoluta, “começou a achar que a Educação era apenas um problema dele e passou a definir políticas e a tomar medidas que têm vindo a fazer com que a educação e o ensino tenham piorado”.

“O primeiro-ministro ainda não compreendeu o que está em causa. O primeiro-ministro, como não ouve, como não aceita a opinião dos outros e acha que a maioria absoluta lhe dá o direito de arrogantemente continuar a dizer aquilo que acha sobre educação e até quais são as intenções dos outros nomeadamente dos sindicatos”, frisou.

Mário Nogueira lembrou que os sindicatos pediram reuniões a todos os partidos políticos e que só o PS não respondeu ao pedido.

“São actos, práticas que no dia-a-dia contrariam todas as palavras de eventual abertura para resolver o problema. Nós achamos que o caminho do diálogo é a solução para os problemas”, disse.

Sobre a antecipação para quinta-feira da reunião com o Ministério da Educação sobre o modelo de avaliação de desempenho, o sindicalista defendeu o caminho do diálogo como solução para os problemas.

“Esperamos que quando a reunião começar às 14h00 não esteja aprovado no Conselho de Ministros (que se reúne de manhã) aquilo que está previsto ser discutido, nomeadamente o regime de avaliação transitório para vigorar este ano”, disse.

De acordo com Mário Nogueira, se isto acontecesse seria muito negativo e contrário aos interesses do país, de serenar os ânimos e o clima nas escolas.

Mário Nogueira referiu que em cima da mesa para a reunião de amanhã estão dois pontos essenciais: “A solução para este ano da avaliação em regime transitório, tendo em conta que a aplicação do modelo não é possível, e a abertura de um calendário de negociações que vise rever o estatuto da carreira docente”.

Fichas de avaliação do CHILE

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Reparem, até as cores das fichas são iguais às de cá.

Traduzam para português e verão a diferença se é que existe alguma.

Está provado que a inteligência do Pedreira é mesmo de pedra.

Já não é de admirar que o Magalhães seja a moeda de troca pela compilação do modelo de avaliação.

Se alguém tem dúvidas consulte o site do ME do Chile.

É caso para dizer que grande Pinochada.