Os professores foram eleitos como adversários do Partido Socialista


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O secretário-geral do PS, José Sócrates, frisou este sábado que a avaliação dos professores é uma questão do primeiro-ministro, do Governo e do partido, não podendo ser encarada como um problema sectorial, noticia a Lusa.

Ao reconhecer que “o processo de avaliação dos professores é uma questão do Primeiro-ministro, do Governo e do partido, e não um problema sectorial”, José Sócrates assume, definitivamente, que pretende usar a Educação como bandeira eleitoral.

Neste momento está em jogo a sobrevivência política do primeiro-ministro a qual depende da vitória eleitoral (a maioria é cada vez mais uma miragem). Ao eleger a classe dos professores como adversários políticos, José Sócrates quer fazer desaparecer a oposição do seu alvo, desinscrevendo-a do real. É a técnica da não-inscrição a que se referia José Gil que soube desmontar com mestria a estratégia do governo após os protestos dos professores no pretérito 8 de Março. José Sócrates parece contar com a inabilidade política da classe e com o facto de a imagem popular do sindicalismo estar conotada com uma putativa esquerda. Sócrates, oportunisticamente, irá explorar até ao tutano esta ideia e esta estratégia.

Cabe à classe profissional responder com mestria e estar à altura do desafio. A união da classe será a nossa força. É agora ainda mais evidente que é preciso muito mais do que uma boa argumentação técnica para desmontar os argumentos políticos que estão a ser usados pelo governo. E a greve do próximo dia 3 é o melhor argumento político que os professores podem utilizar neste momento! A não participação no processo de avaliação, na fase seguinte, seria a contra-estratégia usando a técnica da não-inscrição. Ao ser desvalorizado o modelo de ADD é esvaziada a sua relevância e o governo perderá um alvo operacional.

In Outròólhar

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