José Manuel Fernandes: governo forçou a sua demissão


O ex-director do “Público”, José Manuel Fernandes, acusou esta tarde o anterior governo de José Sócrates de ter condicionado o sucesso da OPA da Sonae sobre a PT à sua eventual saída da direcção do diário detido pela empresa de Belmiro de Azevedo.

“Quando a OPA foi anunciada, uma jornalista veio falar comigo para contar-me que um deputado do PS lhe tinha dito que só facilitavam a OPA se eu fosse afastado da direcção do “Público”, adiantou esta tarde José Manuel Fernandes, durante a primeira audição na comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, que hoje iniciou os trabalhos para a avaliação aos alegados condicionamentos à liberdade de imprensa e liberdade de expressão.
O antigo director do “Público” explica que confirmou essa informação junto de uma fonte próxima ao gabinete do primeiro-ministro e que posteriormente expôs a situação à administração da Sonae. “Ou era verdade ou era uma forma de tentarem condicionar-me”, apontou José Manuel Fernandes.
“Mas quando falei com o accionista, foi-me dito que eu não era um empecilho. Foi-me dada confiança para continuar no “Público”, porque o negócio da OPA era uma coisa completamente diferente”, disse o ex-director do “Público”, que lamentou também a “suspeita infame lançada por alguns assessores do primeiro-ministro”, que terão tentado relacionar as notícias deste diário sobre a licenciatura de Sócrates com uma suposta uma vingança do jornal pelo fracasso da OPA.
A audição iniciou-se às 15h10 e deverá prosseguir até às 16h45. Depois de José Manuel Fernandes, a comissão de Ética, Sociedade e Cultura vai ouvir o jornalista Mário Crespo.

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