Duas roubalheiras e uma bandalheira

Há figuras gradas do PSD associadas à roubalheira do caso BPN e figuras gradas do PS ligadas à bandalheira que o consentiu. O campeonato das figuras gradas, neste e noutros assuntos, está mais ou menos empatado

Pode o caso BPN ser definido como uma ‘roubalheira’? Pode. Mas pode ser definido dessa forma por alguém que não Imagem816esteja ao volante de um táxi? Pelos vistos, sim. Que se tratou de uma roubalheira, ninguém parece ter dúvidas. Mas (algo inexplicavelmente, aliás), as pessoas continuam a esperar de um político que possua a virtude da elegância, e foi por isso que as declarações de Vital Moreira causaram algum tumulto. Uma expressão de sabor arcaico, como ‘uma indecorosa falperra’, talvez provocasse menos polémica. Uma ‘imunda mamata’, mesmo tendo em conta a sua pujança aliterativa, teria sido, provavelmente, mais bem tolerada. ‘Uma rapinagem indecente’, não sendo uma enunciação menos violenta, ter-se-ia aceitado melhor. O grande problema da escolha de palavras de Vital Moreira é a apropriação, pelo discurso político, do léxico próprio do discurso popular. Se candidatos a cargos públicos começam a destratar-se com o vocabulário do povo, que sobra aos cidadãos para a saudável manifestação de desdém pelos seus representantes? Estamos, evidentemente, perante uma outra roubalheira, esta de ordem lexical. Se, nos próximos dias, Vital Moreira acusar Paulo Rangel de se candidatar ao parlamento europeu com o único propósito de ‘ir para o poleiro’, poderemos mergulhar na maior crise vocabular que o país viveu desde que Pinheiro de Azevedo disse que estava farto de brincadeiras e que o chateava ser sequestrado.

O violento ataque de Vital Moreira às regras tácitas da linguagem só encontra paralelo no violento ataque de Vital Moreira às regras tácitas da sã convivência política. Quando relacionou ‘figuras gradas do PSD’ com a roubalheira do BPN violou um princípio fundamental e bonito: PS e PSD podem acusar-se mutuamente de minudências, mas devem conter-se no que toca aos assuntos importantes. O PSD não traz para a campanha o envolvimento de figuras gradas do PS no caso Freeport e o PS não chama à colação as figuras gradas do PSD atingidas pelo caso BPN. Ambos os partidos desejam ardentemente que os casos sejam investigados, mas estranham que estejam a ser investigados ‘nesta altura’. É um escândalo que a investigação seja feita e publicitada em períodos políticos sensíveis, e não naqueles dez minutos por ano em que não há campanha eleitoral autárquica, nem europeia, nem legislativa.

Por outro lado, Vital Moreira foi duro na caracterização da roubalheira, mas não foi tão rigoroso na contabilização das figuras gradas. Há figuras gradas do PSD associadas à roubalheira do caso BPN e figuras gradas do PS ligadas à bandalheira que o consentiu. O campeonato das figuras gradas, neste e noutros assuntos, está mais ou menos empatado.

Ricardo Araújo Pereira in Visão

Vital com zero votos para o Conselho Científico da Faculdade de Direito

O cabeça-de-lista do Partido Socialista ao Parlamento Europeu foi o docente menos votado nas eleições para o Conselho Científico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Vital Moreira não recebeu nenhum voto no escrutínio de terça-feira

Segundo a actada Comissão Eleitoral para as Eleições do Conselho Científico da FDUC, Vital Martins Moreira não colheu qualquer voto e ficou em último lugar nas preferências dos docentes da faculdade.

A votação realizou-se terça-feira, 2 de Junho. Entre os candidatos contavam-se todos os docentes doutorados que não tivessem declarado indisponibilidade para concorrer a um lugar no conselho científico.

Vital Moreira não manifestou indisponibilidade para continuar naquele órgão para o qual foi eleito em 2006, apesar não ter comparecido a qualquer reunião do conselho durante dois anos.

Outdoor

Imagem: Kaos

Nesse período, o constitucionalista também acumulou faltas injustificadas às aulas e não apresentou sumários da lições, como a lei exige. No entanto, Vital não foi alvo de qualquer processo disciplinar.

Fonte: SOL

Esquerda independentista vence eleições na Gronelândia

O partido Comunidade do Povo (Inuit Ataqatigiit) venceu as eleições legislativas na Gronelândia e afastou do poder os sociais-democratas do Suimut, que governavam há 30 anos este território autónomo da Dinamarca. Vai ser o primeiro governo após a aprovação, no ano passado, do Estatuto de Autonomia Alargada.

Com 43,7% dos votos, o partido Comunidade do Povo, da esquerda independentista, venceu as eleições legislativas na Gronelândia, afastando do poder o partido Suimut (social-democrata), que governava há 30 anos.

A Gronelândia é um território integrado na Dinamarca, que viu a sua autonomia alargada no ano passado, com a aprovação de um novo estatuto legal. A nova legislação foi aprovada por 75% dos votos votos e entre em vigor este mês.

Este novo estatuto reconhece à Gronelândia o direito à auto-determinação e de administrar os seus recursos minerais, como o petróleo, gás, diamantes, urânio, zinco e chumbo. A Defesa e a representação ao nível dos Negócios Estrangeiros mantêm-se sob tutela dinamarquesa.

As eleições tinham sido antecipadas em seis meses pelo primeiro-ministro cessante, por considerar “apropriado” que a população escolhesse novo governo antes de a Gronelândia entrar numa “nova era”.

Fonte: Esquerda.net

Nacionalização do BPN já custou 2,55 mil milhões

Começaram por ser 235 os milhões de euros injectados no BPN pela Caixa Geral de Depósitos, à data da nacionalização (Novembro de 2008). Mas este valor subiu para 315 milhões de euros nos dias seguintes. E, no final de 2008, a verba era já de 1,455 mil milhões de euros, tendo recentemente disparado para 2,55 mil milhões de euros, metade do capital social do banco. Francisco Louçã sublinha que estes números só reforçam o que já era óbvio: “a nacionalização foi uma decisão errada, feita à custa dos contribuintes”.

A revelação foi feita pelo próprio presidente do BPN e administrador da CGD Francisco Bandeira, durante a conferência de imprensa de apresentação das contas de 2008 do BPN. Nos últimos nove meses a Caixa Geral de Depósitos injectou no Banco Português de Negócios cerca de 2,55 mil milhões de euros, verba que equivale a mais de metade do seu capital social (4,5 mil milhões de euros). O BPN fechou 2008 com um “buraco” de 1,6 mil milhões de euros e um prejuízo superior a 570 milhões de euros.

Por sua vez, o vice-presidente, Norberto Rosa, observou que no final de 2007 existiam 6,855 mil milhões de euros de responsabilidades de crédito por contabilizar no balanço e que os fundos de investimento apresentavam um “buraco” de 206 milhões de euros. Já as aplicações em obras de arte estavam sobreavaliadas em 2,5 milhões de euros.

Os resultados mostram ainda que as imparidades de crédito atingiram o valor de 1,47 mil milhões de euros no ano passado, mais 47% que os mil milhões registados em 2007.

Francisco Bandeira, presidente do BPN, revelou ainda que, se o Estado concordar, a Caixa vai avançar com a venda do banco nacionalizado. Ou seja, à nacionalização temporária que injectou milhões dos contribuintes no banco, segue-se a privatização. Segundo as contas do Jornal de Negócios, o Estado nunca conseguirá vender o banco por mais de 500 milhões de euros, sendo obrigado a cobrir os restantes 1,1 milhões de euros do buraco financeiro do BPN.

Em declarações ao Esquerda.net, Francisco Louçã sublinhou que os dados apresentados mostram “as contas viciadas do banco”, destacando o escândalo dos “milhões em créditos concedidos fora do balanço”. E que a nacionalização foi “uma decisão errada”, dado que se entregou a parte lucrativa do banco aos accionistas enquanto foram esbanjados 2,5 mil milhões de euros dos contribuintes.

Fonte: Esquerda.net

O Provedor e a injustiça

O Provedor da Justiça tem sido o encarcerado mais célebre de Portugal. Com ele não há a presunção de inocência. Para o PS e para o PSD, até prova em contrário, a sua tentativa de sair de um cargo para o qual foi eleito em 2000, mostra a sua culpabilidade. Qualquer que ela seja, talvez até estar há um ano à espera que elejam uma qualquer personagem para o substituir. Nascimento Rodrigues está farto, o que é compreensível. Mas acontece que quer, após nove anos, ir à sua vida. Mas não o deixam. Dentro do espírito retrógrado com que encaram a democracia portuguesa (uma dança de cadeiras onde há lugares marcados para cada um), PS e PSD não conseguem chegar a um acordo. Que defenda o interesse dos cidadãos e não, apenas, a gulodice dos partidos. O que se tem passado com a eleição do Provedor de Justiça é mais grave do que se pensa. Mostra como a partidarização da administração pública portuguesa se tornou uma monstruosidade. Que amarra a sociedade civil à vontade dos principais partidos portugueses. PS e PSD consideram-se o pai e a mãe da democracia portuguesa. Dividem o país e os cargos do Estado. E sufocam, com esta partilha, feita com uma faca e um queijo, a democracia. O drama de Nascimento Rodrigues é que, em nome da liberdade, o colocaram numa gaiola. Porque nem PS nem PSD têm a chave para a abrir. Porque são incapazes de soletrar a palavra liberdade. PS e PSD continuam a funcionar como um médico amador: praticam a anestesia sem cirurgia. O problema é que o paciente é Portugal.

Fernando  Sobral in J.Neg.

Atenção à fraude

Anda por aí a circular pela net uma mensagem apelando à abstenção ou voto nulo/branco, dizendo que se houver maioria desses votos a eleição é anulada e que seria um castigo à política. É falso, totalmente falso. Por maior que seja a abstenção ou por mais votos nulos e brancos, a votação vale sempre e nunca é anulada, nos termos da lei.

Mas esse apelo é um truque que quer favorecer o PS, porque pede a quem não concorda com o governo, ou a quem está farto desta política, que não faça um voto que conta e portanto torne inútil o seu voto. Assim, só ficariam a contar os votos dos apoiantes de Sócrates, que ganharia à vontade. Para continuar tudo na mesma, ou ainda pior.

Francisco Louçã

Sweet Misery: A Poisoned World – Parte 05/06 – Aspartame

O aspartamo ou aspartame é uma neurotoxina utilizada para substituir o açúcar comum. Ele tem maior poder de adoçar (cerca de 200 vezes mais doce que a sacarose) e é menos denso. O aspartamo geralmente é vendido junto com outros produtos. É o adoçante mais utilizado em bebidas.

O aspartamo é consumido por mais de 200 milhões de pessoas, em todo o mundo e está presente em mais de 6000 produtos.
Este veneno esta sendo consumido inocentemente pelas pessoas, com aprovação da Organização Mundial de Saúde.

Faça uma pesquisa por “Codex Alimentarius” e você ficará surpreso com as proporções que isso vem tomando.

Obs: Não fui eu quem legendou o video, apenas mesclei as legendas a ele. Mesmo que em alguns momentos tenham dificuldade de acompanhar a legenda por conta da cor, vale a pena assistir ao documentário

Publicado por libertas000

Maçonaria Grão-mestre do GOL suspende adversário que derrotou nas últimas eleições

Maçonaria
Grão-mestre do GOL suspende adversário que derrotou nas últimas eleições
O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) suspendeu o adversário que derrotou nas eleições para líder daquela que é a maior obediência maçónica portuguesa, de acordo com documentos a que a Lusa teve acesso

Num decreto assinado por António Reis e pelo secretário-geral do GOL é decidido suspender Felipe Frade, o adversário derrotado nas eleições de 6 de Junho do ano passado e que garantiram ao grão-mestre a reeleição para um segundo mandato de três anos.

O motivo alegado por António Reis para suspender por um mês o candidato derrotado e outros dois maçons é terem alegadamente publicado na Internet um conjunto de documentos que «revelam a identidade profana [civil]» de «um conjunto de irmãos».

A suspensão tem o prazo de um mês, que finda no próximo dia 8, mas alguns elementos do GOL contactados pela Agência Lusa admitem que possa culminar na expulsão decretada pelo Grande Tribunal Maçónico, órgão que julga as infracções às regras do GOL.

Nesse caso, dizem ser quase inevitável uma cisão no interior do GOL, com a saída dos membros que vêm criticando Reis para formarem uma nova obediência.

Contactado pela Agência Lusa, o grão-mestre escusou prestar declarações, afirmando: «Está fora de questão falar sobre assuntos internos do GOL».

Felipe Frade, também contactado pela Lusa, confirmou apenas a suspensão, sem adiantar mais qualquer informação.

Os três maçons suspensos são acusados, no decreto assinado por António Reis, de «agirem consciente e deliberadamente com o propósito de denegrir a imagem e atingirem a honra e consideração do Sapientíssimo Grão-Mestre e dos membros do Conselho da Ordem».

Esta decisão do grão-mestre surge na sequência de um clima de conflito latente entre os seus apoiantes (a maioria) e os adversários, reunidos em torno da candidatura derrotada de Filipe Frade.

Estas divergências surgem depois de uma série de episódios ilustradores de algum mal-estar entre maçons do GOL, onde se inclui uma queixa apresentada no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, em 13 de Novembro passado, contra o grão-mestre e os dois elementos que se lhe seguem na hierarquia da estrutura maçónica, António Justino Ribeiro e Fernando Manuel Lima Fernandes, e “desconhecidos”.

Acusações de burla qualificada, falsificação por funcionário, abuso de poder, gestão danosa e abuso de confiança são usadas contra António Reis e os outros dois dirigentes do GOL, facto que levou o próprio grão-mestre a emitir um comunicado a 20 de Novembro dirigido a todos os seus «irmãos» maçons.

Nesse texto, António Reis diz que os nomes dos queixosos que surgem na participação são os de Vasco Lourenço e Jorge Sá, mas assegura que a sua identidade foi falsificada e que os próprios negam a autoria das queixas, como o fez Vasco Lourenço quando contactado na altura pela Lusa.

O grão-mestre apresentou um requerimento em tribunal «desmentindo a prática de tal acto e participando contra incertos por usurpação de identidade», ainda de acordo com o mesmo comunicado.

Os recursos à Justiça ocorreram depois de serem conhecidas divergências internas sobre a criação de uma fundação para gerir o património do GOL.

A contestação à criação da Fundação Grande Oriente Lusitano é sustentada por um grupo minoritário de opositores que questiona a razão da criação da instituição que vai receber, de forma irrevogável, o património das três instituições para-maçónicas do GOL, que integra mais de uma vintena de edifícios localizados em Lisboa e nas mais importantes cidades portuguesas.

Lusa / SOL

Uma, e outra, e outra vez – as vozes de quem faz a escola pública

02-Jun-2009

Vieram de novo, aos milhares, de todos os pontos do país. Voltaram a encher as ruas de Lisboa com a sua luta, e a sua perseverança na defesa de um modelo democrático da escola pública. Dizendo “categoria só há uma – professor e mais nenhuma”. Nem mais.

Ao longo destes últimos quatro anos, os professores têm sido a voz mais forte e mais ousada na contestação ao Governo. E são-no porque têm sido eles a experimentar, mais do que em qualquer outro sector, o que significa a “empresarialização” dos serviços públicos.

Alguém pensou: “temos que alcançar os níveis europeus em matéria de resultados escolares, mas sem fazer o esforço de investimento que fizeram os outros países europeus”. A solução do Governo PS: indicar um culpado, os professores; pressionar os resultados; e juntar a propaganda.

Quatro anos do triunvirato Mª Lurdes Rodrigues – Valter Lemos – Jorge Pedreira, resumem-se a isso. Resume-se a duas ideias centrais: primeiro, uma escola organizada como uma cadeia de comando capaz de produzir, rapidamente, resultados “politicamente” simpáticos para quem governa; e segundo, uma classe docente domesticada pelo medo e pela concorrência interpares, que cumpra ordens sem pinga de crítica, e saia baratinha na factura salarial do Ministério da Educação (ME). Toda a arquitectura legislativa, toda a orientação política do ME seguiu neste sentido. Modelo de avaliação, modelo de gestão, estatuto do aluno, e o Magalhães para ajudar à festa…

Quando se provou que os professores não se iriam deixar humilhar e enxovalhar pelo Governo, e que estavam dispostos a lutar, veio a chantagem e as ameaças do ME – ameaça de processos disciplinares, de não progressão na carreira, o afastamento e a intimidação de Conselhos Executivos que não vergavam.

Mesmo assim, uma, e outra, e outra vez, os professores saíram à rua. Porque sabem o que está em causa. Sabem que hoje a escola pública enfrenta uma crise, mas que não pode perder a confiança da opinião pública. Sabem que a multiplicação burocrática não trouxe rigor nem exigência às práticas escolares, apenas aumentou o espaço de manobras dos burocratas políticos de serviço. Sabem que se criaram e inventaram novos problemas, sem nunca resolver os velhos e determinantes problemas do sistema educativo português – o abandono e o insucesso escolar. Sabem que hoje as escolas enfrentam todos os desafios – a herança da iliteracia e a globalização mediática – ; sabem que à escola se pede todas as funções, da educação clássica, às novas competências, e ao apoio social às famílias e aos excluídos; e sabem que lhes faltam todos os instrumentos para fazer esse combate, e essa tarefa.

Quem saiu à rua sabe exactamente o que quer – pacificar as escolas, esquecer Maria de Lurdes Rodrigues, investir no sistema educativo e nos profissionais que fazem a escola pública. Em Setembro ou Outubro, os professores sairão de novo à rua. De outra maneira voltarão a dizer ao PS que não aceitam ser humilhados e perseguidos. Tenho a sensação que dessa vez o PS vai ouvir com muito mais atenção.


Ana Drago

«Governo acha que pode não respeitar os professores» Francisco Louçã criticou reacção de José Sócrates à manifestação de sábado

Campanha do BE às europeias [Catarina Pereira]

Europeias: faça perguntas aos candidatos do BE

Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares vão responder às questões dos nossos leitores

O Bloco de Esquerda passeou, esta segunda-feira, pela baixa de Coimbra. Miguel Portas, Marisa Matias, Rui Tavares e Francisco Louçã bateram a quase todas as portas, numa campanha de «contacto» que se tem vindo a intensificar.

O cabeça-de-lista aproveitou o momento para «lutar pelo voto», «convencendo as pessoas que ficar em casa ou ir para a praia só premeia quem quer exactamente isso».

Europeias: faça perguntas aos candidatos do BE

«PS e PSD têm feito tudo o que lhes é possível para que as pessoas não vão votar. Estão ali para andar com tricas uns com os outros em vez de estarem a ouvir as pessoas, a aprenderem, que era o que precisavam», criticou.

Miguel Portas assegurou, que com esta campanha porta-a-porta, tem aprendido que «o grau de sofrimento, de perda, de dor das pessoas é muito maior» do que pensava. E, para o candidato, só o BE tem ouvidos para as queixas dos portugueses.

«Os socialistas e os sociais-democratas andam muito zangados uns com os outros, quando toda a gente sabe que no essencial estão de acordo. Deviam pensar duas vezes antes de abrir a boca», disse.

Durante a manhã, os bloquistas visitaram as antigas minas de extracção de urânio da Cunha Baixa, em Mangualde, que constituem um foco de contaminação radioactiva das águas e um risco de vida para a população local.

E a propósito de minas, Miguel Portas não esqueceu a promessa socialista que ficou por cumprir esta segunda-feira.

«Sócrates prometeu há mais de um ano que as minas de Aljustrel iam reabrir, Manuel Pinho prometeu depois e ainda veio um candidato [Vital Moreira] feito ministro do Emprego a prometer empregos. Hoje que era para terem começado, não começaram. Nós, políticos, não temos o direito de estar a fazer falsas promessas às pessoas», concluiu.

«Governo acha que pode não respeitar os professores»

Francisco Louçã criticou reacção de José Sócrates à manifestação de sábado

Francisco Louçã criticou, este domingo, a reacção de José Sócrates à manifestação dos professores, garantindo que o BE está do lado desta classe, durante uma visita ao bairro social SAAL «Luta pela Casa», em Carnaxide.

«As escolas serem tão perseguidas numa situação de tanta fragilidade social em Portugal é uma forma de miopia política a longo prazo, porque o Governo acha que pode por computadores nas escolas e não respeitar os professores ou não responder pelos professores e pelas professoras», disse.

«Os professores são quem defende as escolas e sem escolas não há igualdade de oportunidades ou igualdade de acesso à dignidade, porque o conhecimento é o que permite às pessoas viver», acrescentou.

O líder bloquista considerou o bairro social SAAL «Luta pela Casa» «um projecto extraordinário», mas criticou a ausência de uma verdadeira política social em Portugal.

«O combate face a problemas como os da Bela Vista exigem sempre que sejam as pessoas que estejam em primeiro lugar a assumir todos os direitos e todos os deveres, a tomar responsabilidade, porque é assim que se faz a diferença», afirmou.

TVi24

A verdade sobre as reformas pela BBC

Reformas
BBC afirma que Governo Sócrates cortou pensões e aumentou idade de reforma
02.06.2009 – 20h02
Por João Ramos de Almeida
Daniel Rocha/PÚBLICO (arquivo)
Objectivo de reduzir o défice levou ao corte de pensões

Não, não se trata de nenhuma nova força da oposição. No site da BBC, onde se traça o perfil de cada país do mundo, é afirmado que o Governo se José Sócrates reduziu o défice orçamental graças à redução de pensões, aumento da idade de reforma e retirando benefícios aos funcionários públicos.

Segundo a BBC, o governo de Sócrates – empossado em 2005 depois de conseguir a primeira maioria absoluta para os socialistas – “traçou a sua pioridade em reanimar a economia – que se encontrava há anos quase na cauda das tabelas europeias – e travar o crescimento do desemprego”.

“Desde então, o seu Governo conseguiu reduzir profundamente as despesas públicas, através da redução de pensões, o aumento da idade de reforma e do corte de benefícios dos funcionários públicos, numa tentativa para diminuir um dos mais elevados défices orçamentais da Europa”.

“As reformas – que alguns acusam de estar a destruir direitos sociais – recebeu de imediato os protestos, na sua maioria dos trabalhadores do sector público”.

Quanto ao Presidente da República, o site da BBC sublinha o facto de Cavaco Silva ter sido o primeiro presidente de centro-direita desde “o golpe de 1974” e que conseguiu derrotar dois candidatos socialistas. Mas acrescenta que “o papel do Presidente é sobretudo cerimonial”, embora entre os seus poderes esteja a nomeação de primeiros-ministros, a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições.

Publico

Comentário:

A verdade dita através do exterior que é uma mentira para este governo e seus scólitos e sequases.

Ministra tem “prenda” para titulares: mais formação aos sábados sobre avaliação de desempenho

Se o colega titular quiser ter os sábados ocupados, durante o ano lectivo de 2009/2010, vote no PS. A ministra da educação tem um “prenda” escondida para si: formação contínua em avaliação de desempenho aos sábados. Não, não estou a brincar. Se o PS voltar a ganhar as eleições com maioria absoluta, é isso que espera os titulares. Na sequência de mais uma recomendação do CCAP – formação especializada de média e longa duração em avaliação de desempenho para os avaliadores – a ministra prepara-se para elaborar um Pim Pam PUM para os professores titulares. E já conta com o beneplácito das Escolas Superiores de Educação. Todas, mas todas, aguçam o dente para mais esse petisco. E os profissionais do eduquês salivam de contentes perante a visão de mais uma oportunidade para lançarem veneno sobre as escolas e os professores. E, pelo meio, sempre arrecadam uns euros à custa da saúde física e mental dos professores do básico e secundário.

A história

Ministra no Parlamento em clima de crispação

Publicada por Ramiro Marques

Rui Tavares – Caro eleitor: você está enganado

Entrámos em campanha eleitoral. Eu mesmo estou em campanha eleitoral. Talvez seja a ocasião certa para me dirigir desde já aos eleitores e repreendê-los – se fosse depois das eleições poderia parecer falta de desportivismo.

Dizem os estudos, a imprensa e os comentadores que a grande maioria não vai votar nestas eleições europeias, que consideram ser a feijões. Nesse caso, vocês – a grande maioria de vocês – estão enganados. Três razões:

Três quartos das leis por que nos regemos vêm de Bruxelas e passam pelo Parlamento Europeu. Decisões que estavam já tomadas pelos líderes – Sócrates, Sarkozy, Merkel e os seus pares – podem ser chumbadas pelos eurodeputados. E ainda bem: foi assim que se impediu que as 60 horas de trabalho semanal se tornassem regra (ao invés das 48 horas) e que uma qualquer empresa pudesse administrativamente cortar-nos a Internet por “mau uso” (ao invés de serem os tribunais a fazê-lo). Nada disto – e há muitos mais exemplos – é a feijões.

Ao contrário do Parlamento nacional, tolhido pela disciplina partidária, o Parlamento Europeu toma decisões mais imprevisíveis e dramáticas, como um bom parlamento pode ser. Na votação sobre os direitos de uso da Internet, a esquerda e os verdes convenceram os liberais a contrariar o bloco central europeu (de socialistas e conservadores) e com isso arrastaram até uma maioria de socialistas em nome individual. Uma coligação esquerda-verdes-liberais a defender um novo direito (de acesso à informação em rede) como outras diversas coligações poderão defender direitos sociais ou ambientais? Parece-me uma boa notícia.

A terceira razão é que, à medida que a crise se desenvolve, é cada vez mais difícil os 27 governos chegarem a compromissos que não sejam imposições dos grandes. É no Parlamento Europeu, por outro lado, que o debate de ideias mais profundo se vai fazendo de forma crescente – mais uma razão para querer participar na escolha de eurodeputados que cheguem lá com vontade (e capacidade) de fazer esse debate de ideias.

Releio as linhas que escrevi e – se querem que vos diga – acho fraco. O que está ali poderia ser dito sobre qualquer eleição. E esta não é uma eleição qualquer.

Por acaso do calendário, este ano vamos decidir sobre as três escalas: a europeia, a nacional e a local (para meu gosto, falta ainda a regional). Ou seja, do grande para o pequeno, podemos sair de 2009 muito diferentes de como entrámos. O ano da grande crise poderia ser o ano da grande transformação.

Do meu ponto de vista, é mesmo isso que deveríamos fazer. Não acredito que a lição da crise tenha sido aprendida; na primeira ocasião, os governantes, os banqueiros e os opinadores esquecerão tudo e voltarão aos velhos hábitos. E o preço de subestimar esta crise é alto: será não ter solução para a próxima.

Enquanto isso, a nossa situação continua injusta quanto já era: os que se sacrificaram pelas reformas são agora sacrificados pelo desemprego; os que se endividaram estão com a corda na garganta. Em Portugal, temos das famílias que mais pagam para ter os filhos na universidade, mas os jovens doutores ou engenheiros acabam a atender telefonemas no call center. Assim nunca daremos a volta por cima.

A sua demissão, caro eleitor, não sobressalta os líderes. Eles acham que têm a situação sob controlo e que as boas decisões já estão tomadas. Eu, pelo contrário, acho que um sobressalto só lhes faria bem: não vejo como sairemos da crise de forma satisfatória, se esta situação de base se mantiver. Quem tem razão? Pode ser que sejam eles, e eu não. Nesse caso, é simples. Vá votar noutro (ou noutra). Não vote em mim: prove-me que estou enganado.

Fonte: Público de 25.05.2009